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Por ampla maioria, trabalhadores de TI do Paraná aprovam pedido de reajuste salarial de 6%

Por ampla maioria, trabalhadores de TI do Paraná aprovam pedido de reajuste salarial de 6%

A decisão foi tomada em assembleia virtual realizada pela Feittinf, junto ao SitePD-PR e com a participação do Sintipar-PR

Trabalhadores de TI do Paraná – Nesta quinta-feira (02), os trabalhadores de Tecnologia da Informação (TI) do Paraná aprovaram, por ampla maioria, o pedido de reajuste de 6% para a categoria, a ser negociado com o setor patronal. A decisão foi tomada em assembleia virtual realizada pela Federação Interestadual dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação (Feittinf), junto ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Privadas de Processamento de Dados de Curitiba e Região Metropolitana (SitePD-PR) e com a participação do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cursos de Informática do Estado do Paraná (Sintipar-PR).

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do Paraná é uma das mais avançadas do Brasil, tendo entre as principais conquistas para a categoria:

  • Antecipação da 1ª parcela do 13º
  • Adicional de 75% e 100% na hora-extra – na CLT é 50%
  • Adicional noturno de 30% – na CLT é 20%
  • Transporte noturno gratuito
  • Obrigação da negociação da PLR
  • 60 dias a mais de estabilidade para gestantes do que é previsto na Constituição
  • Obrigatoriedade de negociação coletiva para demissão em massa
  • Jornada de 40 horas semanais – constituição prevê 44h
  • Obrigatoriedade de pagar VR – não tem previsão na CLT

Neste ano, a Fettinf anunciou uma parceria com o SitePD e o Sintipar para integrar sindicatos de TI de todo o país. A ideia da Federação Sindical é promover integração, otimização de recursos e organização conjunta entre os sindicatos para as pautas comuns como o combate à precarização e às demissões em massa, o fortalecimento da negociação coletiva e a luta pela valorização da categoria.

Na esteira da parceira estratégica, os sindicatos mudaram sua operação de comunicação, seu processo de recebimento de denúncias e sua atuação na negociação para um novo modelo já consolidado em São Paulo pelo Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo (Sindpd-SP).

“Estamos iniciando um processo que vai fortalecer muito os trabalhadores em TI do Brasil, quando integramos os sindicatos, estamos integrando a mobilização, a organização e as lutas dos trabalhadores que na maioria das vezes são comuns”, avalia Emerson Morresi, presidente da Feittinf.

A federação está ampliando e integrando o acesso dos benefícios para sócios e contribuintes de seus sindicatos filiados, como descontos em hotéis, pousadas, cursos, faculdades e colônias de férias. Na assembleia, também foi aprovada uma mudança na cobrança da contribuição assistencial, que passa a ser fixada no valor de R$ 35. Já o prazo para apresentação de carta de oposição à contribuição será do dia 20 ao dia 29 de maio.

Integração em várias frentes

A Feittinf estendeu a ação do Comitê de Operações Especiais (COE) do Sindpd-SP para todos os sindicatos, criando canais para captação de denúncias de descumprimento das Convenções coletivas, apurando tais informações e cruzando com um banco de dados através de BI para produzir provas contra as empresas que atentam contra os direitos dos trabalhadores.

As apurações do COE servem de base para as ações do Jurídico da Feittinf, que foi ampliado e já obteve vários já obtemos importantes vitórias na Justiça contra a precarização no setor de TI no Paraná, sobretudo no combate à pejotização e contratação ilegal através de cooperativas. Além disso, estamos promovendo ações contra empresas como a IBM, Proxi, GOLIVE, BetaBit Dev, VRGlass, entre outros.

Inspirado no quadro de maior sucesso desta edição do BBB 24, a Feittinf lançou o “Sincerão” do trabalhador de TI. A iniciativa visa reunir denúncias de funcionários das empresas de TI, que sob a garantia do anonimato, poderão mandar o seu patrão para o “paredão”. A Feittinf coordena a campanha, que envolve sindicatos de TI de vários estados, como o Sindpd-SP, o Sinttec-MG (Uberlândia), o Sitepd-PR (Curitiba) e o Sintipar-PR. As denúncias dos trabalhadores serão recolhidas através de uma página criada especificamente para isso.

Outra novidade é o Sindplay streaming de formação e capacitação para profissionais de TI. A plataforma possui cursos na área de segurança da informação, desenvolvimento de softwares, desenvolvimento para a internet, administração de sistemas e redes, ciência de dados, inteligência artificial, gestão de projetos de TI, blockchain e tecnologias de moedas digitais, entre outras áreas. Criado em parceria com a Academia Forense Digital (AFD), a ferramenta oferece aos alunos material de apoio, emissão de certificado com carga horária e conteúdo programático. O Sindplay já possui mais de 70 cursos disponíveis aos alunos, com valor de mercado de cerca de R$ 80 mil.

Nesta terça-feira (30), a Feittinf e o Sindpd-SP entraram com um Mandado de Segurança pedindo à Justiça Federal que retome a desoneração da folha de pagamento no setor de TI até que o julgamento do caso seja concluído pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A desoneração atinge setores econômicos que empregam mais de 9 milhões de pessoas. As entidades sindicais afirmam que a suspensão da desoneração, definida pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, na última quinta-feira (25), é uma “alteração brusca”, com potenciais “efeitos diretos para a categoria, em razão da possível demissão coletiva e precarização dos contratos de trabalho”. O mandado de segurança coletivo possui um pedido urgente de medida liminar, que deve ser apreciado nos próximos dias.

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