Meta remove perfis que criou com IA após críticas de “blackface digital” dos personagens

Meta remove perfis que criou com IA após críticas de “blackface digital” dos personagens

Personagens criados por IA da empresa incluíam uma “orgulhosa mãe preta queer” e um “vovô afro-americano”

Meta remove perfis que criou com IA – A Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e Whatsapp, removeu perfis experimentais gerados por inteligência artificial (IA) após uma onda de críticas éticas à iniciativa. Lançados em setembro de 2023 pela empresa, os perfis, que imitavam celebridades ou eram personagens fictícios, foram alvo de críticas severas devido a problemas técnicos e acusações de apropriação cultural, reacendendo o debate sobre os limites éticos do uso da IA.

Projetados para interagir como usuários reais, os chatbots usavam imagens e biografias geradas por IA. Apesar da proposta inovadora, a iniciativa foi muito criticada por usuários devido inconsistências e falhas nas representações dos perfis.

LEIA: Técnicas de estudo e memorização é o tema do primeiro curso do Sindplay em 2025

Um dos casos mais polêmicos envolveu um perfil chamado “Liv”, descrita como uma “orgulhosa mãe preta queer de dois filhos”. Durante uma interação com a jornalista Karen Attiah, do The Washington Post, Liv admitiu ter sido desenvolvida por uma equipe composta majoritariamente por homens brancos. A revelação gerou acusações de “blackface digital”, apontando para uma exploração de identidades marginalizadas.

O “blackface” é uma prática discriminatória, acredita-se que iniciada na primeira metade do século 19, utilizada em performances de comédia em que atores brancos se pintavam de preto para interpretar personagens negros, muitas vezes envolvendo sátiras aos trejeitos, costumes e sotaques associados pelo público branco às pessoas negras.

Outro exemplo alvo de críticas foi o personagem “Grandpa Brian” (Vovô Brian), apresentado como um idoso afro-americano. Em uma conversa com um repórter da CNN, o personagem confessou que sua história era inteiramente fictícia e que seu propósito era criar conexões emocionais artificiais para atrair o público mais velho.

Além das questões éticas, usuários relataram falhas funcionais, como a impossibilidade de bloquear os perfis de IA. Em resposta, a Meta informou que os perfis foram retirados do ar para corrigir um “bug” e reforçou que a iniciativa ainda estava em fase experimental.

A empresa, no entanto, não divulgou a extensão do projeto e nem o número total de perfis que foram criados. Apesar das críticas, a Meta declarou que continuará investindo em ferramentas de IA, com planos futuros para introduzir recursos como chamadas de vídeo simuladas e interações mais realistas.

A experiência mostrou o potencial de humanização das IAs, mas também destacou desafios em questões de ética e representatividade. Especialistas apontam que iniciativas como a da Meta precisam ser acompanhadas de maior respeito à diversidade e a transparência nos objetivos para seguir princípios éticos básicos.

(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução)

Leia mais