Contratação de Jovens Aprendizes cresce 12% em 2024 e bate recorde

Quase 100 mil jovens foram contratados de janeiro a novembro de 2024 por meio do programa de aprendizagem profissional

Jovens Aprendizes – A contratação de Jovens Aprendizes no Brasil atingiu um patamar recorde em 2024. De janeiro a novembro, foram 98.242 admissões, número que representa um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Voltado a adolescentes e jovens de 14 a 24 anos, o programa é porta de entrada para o mercado formal.

Apesar de mudanças nos ideais de carreira da geração Z, nascida entre 1995 e 2010, a busca por estabilidade e qualidade de vida segue sendo um critério relevante. “Eles valorizam direitos trabalhistas e qualidade de vida, o que influencia a escolha por empregos com melhores condições e salários”, afirma o secretário de Qualificação, Emprego e Renda do MTE, Magno Lavigne.

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Segundo o secretário, embora não haja dados específicos sobre a permanência desses jovens nas empresas, é possível afirmar que a vivência como aprendiz favorece a empregabilidade. “A experiência como aprendiz aumenta a empregabilidade, pois os jovens adquirem conhecimentos práticos e se familiarizam com a dinâmica do mercado”, diz.

Para a especialista em recrutamento Fabiana Santos, o aumento nas contratações também ajuda a desconstruir estigmas sobre os jovens dessa geração. “Há uma percepção equivocada de que a geração Z não quer trabalhar ou não valoriza empregos formais. Isso não é verdade. Eles querem, sim, mas buscam empresas que ofereçam desafios, desenvolvimento e propósito”, destaca a gerente de atração e seleção de estágio e trainee da Selpe. “A geração Z valoriza benefícios que promovam bem-estar, saúde mental e flexibilidade, além de empresas que tenham um impacto social e ambiental positivo”, complementa.

Aprendizado na prática

A coordenadora pedagógica do Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola), Sileni Magalhães, ressalta o papel da formação oferecida. “Trabalhamos não apenas o conhecimento técnico, mas também o desenvolvimento de ‘soft skills’, como comunicação, resiliência, empatia e flexibilidade. Capacitamos os jovens para que tenham maturidade e mentalidade adequadas ao mercado”, explica.

Lucas Estevam, de 16 anos, é Jovem Aprendiz em uma loja desde os 14 e reconhece o impacto do aprendizado em sua postura. “Eu não sabia me expressar direito, usava muitas gírias. Aprendi muito e já me considero outra pessoa”, relata.

Apesar do bom desempenho e da boa relação com a equipe, ele tem outros planos para o futuro. “Aos 20 anos, me vejo como bombeiro em Minas Gerais. Estou estudando muito para isso. Depois, quero comprar um apartamento e tirar minha carteira de habilitação”, revela.

Conciliar estudo e trabalho

A jornada de Luana Beatriz Almeida, 20 anos, também passou por mudanças significativas. Depois de trabalhar como caixa em um restaurante, ela percebeu que a carga horária intensa e os turnos nos fins de semana comprometiam os estudos.

“Fiz meu cadastro no Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) e fiquei aguardando uma oportunidade em uma empresa melhor. No restaurante, eu só tinha uma folga por semana, e ficava muito difícil estudar”, relembra.

A chance veio com uma vaga de Jovem Aprendiz em uma emissora de TV, experiência que redefiniu seus planos. “Percebi que medicina não era para mim e decidi seguir na comunicação. Hoje, estudo na UFMG”, conta. A vivência foi tão positiva que ela acabou ingressando como estagiária no próprio Ciee.

(Com informações de O Tempo)
(Foto: Reprodução/Freepik)

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