Escalada das fraudes no Brasil impulsiona uso de IA na proteção

Com golpes cada vez mais elaborados, o uso estratégico da IA se torna essencial para garantir segurança e confiança no ambiente digital

Escalada das fraudes – A transformação digital trouxe praticidade e inovação, mas também um efeito colateral perigoso: a evolução das fraudes. Milhões de brasileiros são diariamente atingidos por golpes que exploram falhas humanas e tecnológicas, reinventando-se com velocidade impressionante.

A criatividade dos criminosos parece ilimitada — e é nesse contexto que a Inteligência Artificial (IA) surge não apenas como aliada no combate, mas como elemento-chave na construção de um ecossistema digital mais seguro.

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A dimensão do problema é alarmante. Dados da Serasa Experian mostram que o Brasil registrou, em fevereiro deste ano, uma tentativa de fraude a cada 2,2 segundos. Somente no primeiro trimestre de 2025, foram quase dois milhões de investidas — um aumento de 21,5% em relação ao mesmo período de 2024.

Esses números evidenciam uma realidade em mutação. Os golpes, antes concentrados em e-mails e ligações, agora se espalham por redes sociais, aplicativos de mensagem e plataformas diversas, atingindo pessoas de todas as idades — em especial os idosos.

O “golpe do filho” no WhatsApp, o phishing disfarçado de alerta bancário e até fraudes internas em grandes instituições são exemplos da sofisticação crescente do crime digital.

IA como escudo contra os golpistas

Diante desse cenário, a IA se consolida como ferramenta indispensável de defesa. Sua capacidade de processar grandes volumes de dados em tempo real permite detectar padrões atípicos e identificar conexões invisíveis à análise humana.

Imagine um sistema que reconhece uma transação suspeita — como a transferência de um valor elevado para uma conta recém-criada — e bloqueia automaticamente a operação, notificando o cliente. Esse tipo de resposta já é realidade em soluções antifraude baseadas em IA, como as desenvolvidas pelo SAS, que atuam de forma preventiva e imediata.

A tecnologia opera em várias frentes. No combate ao phishing, analisa o conteúdo de mensagens, detecta links maliciosos e alerta o usuário. Na prevenção de invasões de conta, monitora acessos e comportamentos fora do padrão, antecipando possíveis ataques.

Em ambientes corporativos, é capaz de vigiar o uso de sistemas internos e sinalizar condutas suspeitas de colaboradores, reduzindo o risco de fraudes internas. O segredo está na aprendizagem contínua da IA, que ajusta seus modelos preditivos conforme novas tentativas criminosas surgem, tornando-se mais precisa a cada interação.

Mais do que um gasto, o investimento em inteligência artificial para segurança é uma estratégia de economia. As perdas com fraudes movimentam cifras bilionárias e impactam diretamente os custos das instituições financeiras.

Ao reduzir esses prejuízos, a IA permite baixar taxas e oferecer serviços mais competitivos, beneficiando empresas e consumidores. O retorno é duplo: menor risco financeiro e maior confiança na relação com o cliente.

IA pro bem, IA pro mal

Entretanto, a tecnologia não é monopólio das boas intenções. Criminosos também têm recorrido à IA para ampliar sua eficiência e alcance. Um exemplo é o “Worm GPT”, uma versão sem restrições éticas dos modelos convencionais, utilizada para elaborar golpes cada vez mais complexos.

Essa disputa tecnológica entre defensores e fraudadores cria uma espécie de corrida armamentista digital, em que cada avanço exige respostas rápidas e constantes atualizações de defesa.

A tendência é que a IA se torne ainda mais integrada às estratégias de segurança, aliando-se a recursos emergentes como a computação quântica, que promete ampliar drasticamente o poder de análise e resposta.

Mas a tecnologia, sozinha, não basta. É preciso educação digital, cooperação institucional e modernização das leis para que o combate às fraudes seja realmente efetivo. Num país em que o estelionato ainda é visto como um crime de baixo risco e punição branda, o desafio é cultural e jurídico.

A IA representa um escudo poderoso, mas a verdadeira proteção depende da união entre inovação tecnológica, conscientização social e um sistema legal que reconheça o impacto devastador das fraudes. Proteger o cidadão — especialmente os mais vulneráveis — é uma missão que ultrapassa a fronteira da tecnologia e requer o engajamento de toda a sociedade.

(Com informações de It Fórum)
(Foto: Reprodução/Freepik)

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