3I/ATLAS – O cometa 3I/ATLAS voltou a ficar visível após semanas escondido pelo brilho do Sol. Desde sua descoberta, o objeto tem atraído a atenção de cientistas e telescópios pelo mundo por ser apenas o terceiro visitante interestelar já identificado no Sistema Solar. Agora, com a aproximação máxima da Terra prevista para 19 de dezembro, o cometa se torna cada dia mais fácil de detectar com instrumentos astronômicos.
Com magnitude atual de 9,5, ele não pode ser observado a olho nu, mas aparece em telescópios amadores e, ocasionalmente, em binóculos potentes sob condições ideais de céu limpo e baixa poluição luminosa. Para o público em geral, diversas transmissões online vêm exibindo o avanço do “forasteiro”.
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Detectado em julho, inicialmente sob o código A11pl3Z, o 3I/ATLAS foi rapidamente classificado como cometa interestelar e renomeado como C/2025 N1 (ATLAS), também conhecido como 3I/ATLAS. Estudos iniciais sugerem que ele pode ter cerca de 7 bilhões de anos, ou seja, pode ser mais antigo que o próprio Sistema Solar.
Sua composição chamou atenção por apresentar elementos considerados incomuns, como o níquel atômico, o que chegou a gerar especulações sobre possível origem envolvendo tecnologia alienígena.
A hipótese foi rapidamente descartada pela comunidade científica. Observações recentes da missão SPHEREx, da NASA, identificaram dióxido de carbono em sua coma, que brilha em tom esverdeado e se estende por aproximadamente 350 mil quilômetros.
O cometa já passou perto de Marte e foi analisado por sondas ao redor do planeta vermelho. Espaçonaves dedicadas a estudar Júpiter, como Juno, Europa Clipper e JUICE, também aproveitaram a oportunidade para registrar dados do visitante.
Após o periélio (distância mais próxima do Sol) em 29 de outubro, o objeto reapareceu, revelando comportamentos que chamaram atenção, como uma suposta mudança de cor e um período de aceleração incomum. A alteração cromática foi negada pelos grupos de pesquisa, enquanto o aumento de velocidade foi explicado em estudo recente.
Acompanhe o 3I/ATLAS ao vivo
Um dos astrônomos dedicados ao monitoramento do cometa é Gianluca Masi, responsável pelo Projeto Telescópio Virtual do Observatório Bellatrix, na Itália. Ele programou uma transmissão ao vivo para segunda-feira (17), a partir da 1h15 (horário de Brasília), caso o clima permita observações (acesse aqui o canal da live).
Uma nova imagem obtida pelo Projeto Telescópio Virtual mostra que a cauda iônica do 3I/ATLAS está mais longa e definida, sinal de maior atividade enquanto o cometa avança pelo Sistema Solar interno. O registro, composto por fotos de longa exposição, revela o núcleo envolto por uma coma compacta e uma cauda azulada que se estende por cerca de 0,7 grau no céu, mesmo sob condições desafiadoras de observação.
A cauda iônica surge quando moléculas liberadas pelo cometa têm seus elétrons arrancados pela radiação solar, formando íons empurrados pelo vento solar — sempre apontando para longe do Sol. Também é possível ver uma anticauda fraca, formada por poeira, projetada atrás do núcleo.
(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik)


