Falhas de TI já provocam prejuízos em larga escala nas empresas, diz estudo

Relatório internacional revela que interrupções de TI continuam afetando operações, satisfação dos funcionários e competitividade das organizações.

Falhas de TI – A busca por eficiência ganhou ainda mais peso em um contexto econômico difícil, mas uma nova pesquisa da TeamViewer evidencia que muitos negócios estão enfrentando um obstáculo silencioso: a tecnologia que não funciona como deveria.

O estudo “O Impacto da Fricção Digital: Entendendo como a Tecnologia Disfuncional Desgasta a Produtividade, o Desempenho e Pessoas”, baseado na percepção de 4,2 mil colaboradores e líderes de nove países, indica que a chamada fricção digital vem prejudicando operações e reduzindo ganhos de produtividade em diversos segmentos.

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Esses entraves tecnológicos têm reflexos amplos. De acordo com o levantamento, os trabalhadores perdem, em média, 1,3 dia por mês lidando com falhas comuns de TI — interrupções que afetam diretamente a execução das atividades. A pesquisa revela que 80% dos profissionais enfrentam esse tipo de problema mensalmente, comprometendo desempenho e eficiência.

As consequências vão além da lentidão cotidiana: 42% dos entrevistados relatam que suas empresas já registraram perdas financeiras por causa da fricção digital, enquanto 69% acreditam que esses desgastes têm impulsionado a rotatividade. Além disso, 47% afirmam que a frustração com a tecnologia reduz a satisfação no trabalho e 28% dizem que já cogitaram deixar o emprego por esse motivo.

“Devido às inúmeras pressões enfrentadas atualmente pelos líderes empresariais, é compreensível que questões de TI passem despercebidas”, afirma Oliver Steil, CEO da TeamViewer. “Mas quando isso acontece, o impacto financeiro é significativo. A tecnologia está no centro de toda empresa moderna – e se ela não desempenha bem, o custo é imediato, seja em eficiência, satisfação do cliente e em competitividade.”

Lacunas Geracionais e Organizacionais

A pesquisa aponta diferenças marcantes na forma como a fricção digital é vivenciada por diferentes grupos. Entre os profissionais da Geração Z, a perda média chega a 1,5 dia de trabalho por mês devido a falhas de TI — mais que o dobro dos 0,7 dia perdidos pelos Baby Boomers. O estudo mostra também que 40% dos jovens da Geração Z já pensaram em deixar a empresa devido a tecnologias inadequadas, contraste significativo com os 12% entre os Boomers.

Há também distâncias na percepção entre níveis hierárquicos: 56% dos colaboradores que não ocupam cargos de chefia afirmam que os problemas de TI impactam fortemente a retenção de talentos, enquanto apenas 36% dos gestores reconhecem essa influência. Os dados revelam um desalinhamento entre o que a liderança acredita e o que de fato os funcionários vivenciam no dia a dia.

O papel da IA na resolução de disfunções

Apesar do cenário desafiador, o relatório sugere caminhos para avanço. Quase metade dos participantes (48%) acredita que a Inteligência Artificial pode contribuir para reduzir a fricção digital nas empresas. Além disso, metade dos entrevistados está disposta a delegar tarefas rotineiras de TI — como suporte básico e redefinição de senhas — a sistemas automatizados.

Os resultados reforçam que a adoção de IA pode atuar como um multiplicador de eficiência, permitindo que as equipes trabalhem de forma mais ágil, sobretudo ao eliminar problemas recorrentes que travam atividades diárias.

“A tecnologia deve capacitar as pessoas, e não limitá-las”, diz Andrew Hewitt, Vice-Presidente de Tecnologia Estratégica da TeamViewer.

“Com a produtividade sendo uma prioridade tão grande para as empresas neste momento, há uma oportunidade real de transformar frustrações tecnológicas cotidianas em progresso. Nossos dados mostram que reduzir a fricção digital pode ter um grande impacto tanto em desempenho quanto em motivação. Quando as organizações adotam soluções para o ambiente de trabalho impulsionadas por IA e sistemas de TI mais inteligentes, conseguem eliminar barreiras, devolver tempo valioso às pessoas e criar uma experiência de trabalho mais fluida e gratificante.”

Conduzida pela Sapio Research entre agosto e setembro de 2025, a pesquisa abrangeu profissionais de nove países — Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Japão, Índia e Austrália — com uma distribuição equilibrada entre gestores e colaboradores, contemplando diferentes setores e portes de empresas.

(Com informações de TiInside)
(Foto: Reprodução/Freepik/DC Studio)

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