Adolescentes estão seguem quase sempre online e ampliam uso de IA, mostra pesquisa

Levantamento contata que adolescentes de 13 a 17 anos continuam passando horas em redes sociais e já usam chatbots de IA com frequência

IA – O comportamento digital dos adolescentes está em constante evolução, mas um padrão permanece: a permanência prolongada nas redes sociais. Um relatório divulgado pelo Pew Research Center aponta que jovens entre 13 e 17 anos seguem “quase constantemente” conectados, sobretudo no YouTube e no TikTok, plataformas que dominam o tempo online dessa faixa etária.

O relatório mostra que a maioria dos adolescentes utiliza YouTube e TikTok diariamente, e cerca de um em cada cinco permanece em uma dessas plataformas “quase constantemente”. O YouTube lidera com folga, sendo usado todos os dias por cerca de três quartos dos entrevistados. TikTok, Instagram e Snapchat também mantêm forte presença entre os jovens, enquanto o Facebook registra adesão mais baixa.

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Alguns recortes reforçam diferenças importantes: adolescentes negros e hispânicos apresentam maior tendência a permanecer quase constantemente no YouTube e no TikTok. As meninas utilizam mais Snapchat e Instagram, enquanto os meninos se destacam no YouTube e no Reddit.

De acordo com a pesquisadora Michelle Faverio, um dado consistente nos estudos do Pew é que aproximadamente um terço dos adolescentes permanece “quase constantemente” em pelo menos uma rede social, um número que se mantém estável ao longo dos anos.

Cresce uso de IA

Além das redes sociais, o estudo revela uma expansão significativa no uso de ferramentas de inteligência artificial entre os jovens. Segundo o relatório:

• 64% já utilizaram um chatbot de IA
• 28% usam diariamente
• 16% recorrem aos chatbots várias vezes ao dia ou quase constantemente

O ChatGPT aparece como o chatbot mais utilizado, seguido pelo Gemini e pelo Meta AI. Já plataformas como Character.ai têm uma base menor de usuários.

Para psicólogos como Eileen Kennedy-Moore, os resultados não surpreendem, mas trazem preocupações. Ela observa que o uso excessivo de tecnologia pode reduzir oportunidades de convivência presencial, prejudicar o sono e diminuir a prática de atividades físicas.

Um estudo recente publicado na revista Pediatrics aponta que crianças que recebem um smartphone aos 12 anos apresentam maior risco de depressão, obesidade e sono insuficiente. Como resposta, cresce o movimento por regulações mais rígidas: alguns estados americanos implementaram proibições ao uso de celulares durante o horário escolar, enquanto a Austrália baniu o acesso às redes sociais para menores de 16 anos.

Mediação das famílias é essencial

Mesmo com novas regras e discussões públicas, especialistas afirmam que a responsabilidade central ainda recai sobre pais e responsáveis. Entre as recomendações está o estabelecimento de limites, inclusive de horários. “Se seu filho é pequeno o suficiente para ter hora para dormir, os dispositivos eletrônicos dele também precisam ter hora para dormir”, afirma Kennedy-Moore.

A pesquisa reforça, assim, a necessidade de diálogo e acompanhamento próximo das rotinas digitais, em um cenário em que redes sociais e inteligência artificial se tornam cada vez mais presentes no dia a dia dos adolescentes.

(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/pvproductions)

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