Ouvidoria do SUS – O Ministério da Saúde deu início, nesta semana, ao desenvolvimento de uma solução de inteligência artificial (IA) voltada ao fortalecimento da Ouvidoria-Geral do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa está sendo conduzida em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e começou a ser estruturada durante visita do órgão ao Instituto Metrópole Digital (IMD), responsável por sediar parte do projeto.
A ferramenta tem como objetivo automatizar o gerenciamento de dados provenientes das ouvidorias do SUS em todo o país. A proposta é otimizar o tratamento das manifestações enviadas pela população, permitindo a classificação automática das solicitações, a identificação de demandas recorrentes e o apoio à elaboração de respostas. A tecnologia também será integrada a plataformas já utilizadas pelo Ministério da Saúde, como o FalaBR e o OuvidorSUS.
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Além de acelerar o fluxo de atendimento, a solução prevê a criação de painéis e relatórios dinâmicos que facilitarão o monitoramento de demandas em âmbito nacional. Esses recursos devem servir como subsídio ao planejamento de políticas públicas de saúde. O projeto inclui ainda uma frente dedicada à análise de dados e de sentimentos, possibilitando a extração de informações estratégicas a partir das manifestações registradas pelos usuários do sistema.
O desenvolvimento contará com uma equipe multidisciplinar formada por pesquisadores e estudantes da UFRN. A previsão é que a solução seja concluída em até 24 meses, com um período adicional destinado à transferência de tecnologia e à capacitação de técnicos do Ministério da Saúde.
“Uma das frentes desse trabalho é trazer para dentro do OuvidorSUS o fluxo da Lei de Acesso à Informação. Hoje, esse trabalho é muito manual e a ideia é integrar tudo ao sistema e auxiliar os pontos de resposta do Ministério da Saúde, sempre com foco no atendimento à população”, afirma Leonardo Maia, coordenador de Gestão da Informação em ouvidorias do SUS.
O acordo foi formalizado por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED). A expectativa é que a tecnologia permita ao Ministério da Saúde processar informações de um universo estimado em mais de 200 milhões de brasileiros, ampliando a eficiência do atendimento e oferecendo suporte estratégico à gestão do sistema de saúde. O TED prevê investimentos de aproximadamente R$ 5,2 milhões.
“A ideia é transformar dados que hoje estão dispersos e pouco aproveitados em informações acionáveis, capazes de orientar políticas públicas. Com a IA, será possível identificar, por exemplo, em quais regiões há maior falta de medicamentos ou onde estão concentrados os relatos de surtos de dengue”, explica Elias Jacob, professor do IMD e coordenador do projeto.
(Com informações de IT Fórum)
(Foto: Reprodução/Agência Brasil/Fernando Frazão)


