Proteção de Dados – Em um mundo cada vez mais digital a necessidade de se discutir formas de proteção de dados pessoais se torna cada vez mais evidente. Dessa forma, ainda no ano de 1981, houve a assinatura da Convenção 108 no Conselho da Europa. O tratado internacional foi o primeiro dedicado exclusivamente a proteção de dados pessoais, e é considerado um marco.
Referenciando esse evento, nesta terça-feira, dia 28 de janeiro, é comemorado o Dia Internacional da Proteção de Dados. A data segue com a proposta de pôr em pauta a necessidade de governos, empresas e cidadão se atentarem à proteção de dados pessoais em um mundo cada vez mais digital.
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Curiosidades e o impacto global
A data vem ganhando cada vez mais relevância global. No Brasil, por exemplo, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), registro que cerca de 30% dos usuários de internet tiveram informações pessoais comprometidas ao longo do ano de 2024.
No ano de 2018 foi sancionado a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que trouxe avanços significativos, porém desafios persistem. A partir de um estudo feito em 2023, a IBM apontou que o custo médio de uma violação de dados foi de US$ 4,45 milhões, refletindo significativo impacto financeiro.
No Brasil, cerca de 45% das empresas não têm backups eficientes para recuperar informações críticas, como levantou o Relatório de Tendências de Ransomware Veeam 2024. Tais números mostram a necessidade de conscientizar e adotar medidas rigorosas para mitigar os riscos.
De acordo com a mesma pesquisa, 3 em cada 4 organizações sofreram ataques cibernéticos no último ano.
O que é ransonware?
De acordo com José Leal Júnior, gerente nacional Veeam, ransonware, ou sequestro de dados, é uma modalidade de crime digital em que criminosos invadem dispositivos ou redes, criptografam informações e pedem pagamentos em dinheiro para “liberar” os dados.
Tornando a situação ainda mais grave, nem sempre os pagamentos garantem a recuperação dos dados: cerca 1 em cada 3 organizações que pagaram não conseguiram recuperar as informações, conforme aponta relatório da Veeam.
Para além dos prejuízos financeiros diretos, o ransonware pode gerar uma série de problemas para as entidades afetadas. Empresa que sofrerem com tais ataques podem sofrer danos à reputação, paralisações de suas operações, perda de clientes e até mesmo multas de órgãos reguladores.
“O impacto pode atingir desde grandes corporações até órgãos públicos, como prefeituras, hospitais e bancos, afetando diretamente os serviços oferecidos à população”, afirma Leal Junior.
Estratégias de prevenção e segurança
As principais estratégias de defesa, de acordo com Leal Junior, são tanto a implementação de tecnologias de segurança digital quanto a elaboração programas de conscientização e treinamento de funcionários. Evitar clicar em links suspeitos e não compartilhar informações sensíveis são algumas das orientações.
A realização frequente de backups, manutenção dos sistemas atualizados e práticas simples como senhas seguras e autenticação em duas etapas também são exemplos de estratégias de segurança.
De acordo com Leal Junior “essas medidas são acessíveis e podem fazer uma diferença significativa na proteção de dados, mas devem ser combinadas com tecnologias mais avançadas para enfrentar ataques mais sofisticados”.
Dicas para o público geral
Para usuários comuns, Leal Junior orienta que em caso de recebimento de mensagens suspeitas evitar responder, bloquear remetente e reportar como spam. Já em casos mais graves, como pedidos de resgate, é importante pedir ajuda especializada ou acionar as autoridades.
Desconfiar de links suspeitos, sempre checar erros gramaticais e verificar se o site acessado possui o ícone de cadeado no navegador são outras estratégias recomendadas por Leal Junior.
O Dia Internacional da Proteção de Dados reforça a importância de práticas preventivas e a conscientização para mitigar os riscos e proteger informações valiosas em um ambiente cada vez mais digital.
(Com informações de O Povo)
(Foto: Reprodução/Freepik)