Governo quer proteger empregos diante de tarifaço dos EUA

Governo quer proteger empregos diante de tarifaço dos EUA

Vice-presidente discute com empresários proposta semelhante à adotada durante a pandemia para proteger empregos e impulsionar crédito

Tarifaço – O governo brasileiro avalia a adoção de medidas voltadas à preservação de postos de trabalho, como resposta ao risco de aplicação de tarifas elevadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

Entre as iniciativas em análise, está a reedição de mecanismos semelhantes ao programa emergencial criado durante a pandemia da Covid-19, quando foi instituído o BEm (Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda).

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Durante a crise sanitária, o BEm permitiu a redução de jornadas e salários com complementação parcial do valor pelo governo federal. Agora, uma versão adaptada da medida é considerada para enfrentar os possíveis efeitos da sobretaxa de até 50% que pode ser imposta pelos EUA a partir de 1º de agosto, caso não haja acordo entre os dois países.

O plano de contingência que está sendo elaborado pelo governo também prevê facilitação de crédito para empresas exportadoras que possam ser prejudicadas pela medida tarifária.

Proposta comercial já está em análise

Na semana passada, uma proposta de aumento da corrente de comércio entre os dois países, com redução de tarifas, foi entregue a Alckmin, conforme revelou o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, em entrevista ao videocast C-Level, da Folha.

O vice-presidente já confirmou que essa proposta está em avaliação no governo. A principal estratégia do governo ainda é tentar evitar a entrada em vigor do tarifaço.

O plano está estruturado em três frentes:

– A primeira é buscar a redução da tarifa;
– A segunda seria conseguir a prorrogação do prazo para implementação;
– E, por fim, ativar o plano de contingência com ações de apoio a emprego e crédito.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quinta-feira que o plano de contingência será debatido com Lula na próxima semana.

“Todo o cardápio possível e imaginável será apresentado. Qual decisão o presidente vai tomar, isso ele vai anunciar”, declarou. “O papel técnico está feito, mas a decisão política não está tomada.”

Entre as medidas em estudo está a criação de um fundo privado temporário voltado a oferecer crédito a empresas ou setores que venham a ser impactados pela possível tarifa norte-americana.

(Com informações de Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução/Freepik/usertrmk)

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